Trópico de Capricórnio

É a linha geográfica imaginária situada abaixo do Equador. Fica localizada a 23º 26' 27'' de Latitude Sul. Atravessa três continentes, onze países e três grandes oceanos.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Os países não são grandes empresas a competir no mercado global

Por: Paul Krugman (excerto)

Os interesses das grandes empresas nominalmente americanas e os interesses do país nunca foram o mesmo, mas actualmente estão menos alinhados do que nunca
Mas não nos enganemos a nós mesmos: falar de “competitividade” como objectivo é basicamente enganador. Na melhor das hipóteses é um diagnóstico errado dos nossos problemas; na pior, pode dar origem a políticas baseadas na ideia incorrecta de que o que é bom para as empresas é bom para a América.
No que diz respeito ao diagnóstico errado, que sentido faz ver as nossas preocupações actuais como um resultado da falta de competitividade? É verdade que se exportássemos mais e importássemos menos teríamos mais emprego. No entanto, pode dizer-se o mesmo da Europa e do Japão, cujas economias também estão em recessão. E não podemos todos exportar mais e importar menos a não ser que descubramos outro planeta a quem vender. Sim, podemos pedir à China que reduza o superavit da balança comercial - mas se o que Obama propõe é enfrentar a china o melhor é dizê-lo claramente.
Além disso, embora a balança comercial dos Estados Unidos seja deficitária, melhorou em relação à época anterior à Grande Recessão. Era melhor que o défice se reduzisse ainda mais, mas em última análise se estamos metidos num sarilho é porque tivemos uma crise financeira.
Mas não será pelo menos útil pensar no nosso país como uma espécie de EUA SA, em competição no mercado global? Não.
Pensemos no seguinte: um administrador que aumente os lucros espremendo ao máximo a força de trabalho é considerado bem sucedido. Foi mais ou menos o que aconteceu nos Estados Unidos ultimamente. O emprego está em mínimos históricos, mas os lucros batem novos recordes. Nesse caso, quem tem razões para pensar que se trata de um êxito económico?
Mesmo assim, pode dizer-se que falar de competitividade ajuda Obama a acalmar os receios de que o presidente esteja contra o desenvolvimento económico. Pode ser, desde que ele perceba que os interesses de empresas nominalmente “americanas” e os interesses do país, que nunca foram os mesmos, estão actualmente menos alinhados que nunca.
Consideremos o caso da General Electric, cujo administrador-executivo, Jeffrey Immelt, acaba de ser nomeado para chefiar o velho conselho com novo nome. Não tenho nada contra Immelt, mas com menos de metade dos seus trabalhadores e dos lucros a resultarem de negócios em solo americano, os destinos da GE têm muito pouco a ver com a prosperidade dos Estados Unidos.
A propósito : há quem tenha louvado a nomeação de Immelt com o argumento de que pelo menos representa uma empresa que produz coisas, em vez de ser apenas mais um financeiro espertalhão. Lamento ter de fazer rebentar esta bolha, mas hoje em dia a GE obtém mais rendimentos das suas operações financeiras que da produção de bens - na realidade, a GE Capital, que recebeu uma garantia governamental para a sua dívida, foi uma das grandes beneficiárias das medidas de estímulo à economia.

Exclusivo i/The New York Times

Crise. Já se sabia, mas fica escrito: reguladores e bancos são os culpados


Apenas um dos 13 maiores bancos norte americanos não esteve em risco de falir no auge da crise financeira

Algumas conclusões já eram conhecidas desde quarta feira, mas ontem ficou definitivamente registado: a imprudência dos grandes bancos e a negligência dos reguladores foram as principais causas de uma crise financeira que era “evitável”, concluiu a Comissão de Inquérito da Crise Financeira.

Num dos documentos com 633 páginas são enunciadas as raízes da crise de 2008 e os principais culpados. “A crise resultou de acção e inacção humana, não da mãe natureza ou de modelos que falharam”, refere o relatório. “Os capitães das finanças e os administradores públicos do nosso sistema financeiro ignoraram avisos e falharam em questionar, perceber e gerir os riscos crescentes dentro de um sistema essencial ao bem-estar do povo americano.”
E são mesmo apontados nomes. A administração de Bush, que estava “mal preparada” e deixou cair o Lehman Brothers, Alan Greenspan e Ben Bernanke, pelo grau de desregulação que permitiram no sistema financeiro, e os gigantes da finança, como o Citigroup, o Lehman Brothers, o AIG, a Fannie Mae e o Goldman Sachs, por uma gestão demasiado arriscada.

A CRISE NÃO ERA IMPREVISíVEL
O relatório destrói também a ideia de que era impossível prever esta crise. “A maior tragédia é aceitarmos quer ninguém podia ter previsto que isto ia acontecer e que por isso nada pudesse ser feito”, acrescentando que “se aceitarmos esta desculpa, vai repetir-se”.
Phil Angelides, presidente da comissão, quer certificar-se de que fica esclarecido quer a crise foi provocada por comportamentos irresponsáveis. “ Alguns em Wall Street e em Washington, com uma quota parte no statu quo podem sentir-se tentados a limpar da memória esta crise ou a sugerir novamente que ninguém a poderia ter adivinhado ou previsto”, afirmou em conferência de imprensa.
No documento é também referida uma “quebra sistémica na responsabilização e na ética”, no tando-se que a “acção e inacção humanas” foram as grandes responsáveis pela crise.
Relatório garante que a crise não era imprevisível e podia ter sido evitada A conclusão do relatório foi um longo trabalho para a Comissão de Inquérito da Crise Financeira. Durante um ano e meio, a comissão analisou milhares de documentos, realizou 19 audiências públicas e entrevistou mais de 700 pessoas. No final, apenas seis dos dez membros da comissão subscreveram as conclusões do documento. Uma divisão partidária: os quatro que não a subscreveram foram nomeados pelos republicanos, acusando as conclusões de estar demasiado alinhadas” à esquerda”.

À BEIRA DO ABISMO
Doze das 13 instituições financeiras mais importantes nos Estados Unidos estavam á beira da falência no auge da crise de 2008, afirmou Bem Bernanke durante uma das entrevistas feitas pela comissão em Novembro de 2009. “Se olharmos para as empresas que estavam sob pressão nessa altura, apenas uma não corria um sério risco de falir”, afirmou o presidente da Reserva Federal norte-americana. Bernanke acrescentou ainda que esta crise financeira ultrapassou em gravidade a dos anos 30. “Enquanto estudioso da Grande Depressão, estou honestamente convencido de que Setembro e Outubro de 2008 foram a pior crise financeira da história mundial, incluindo a Grande Depressão" adiantou

Nuno Aguiar, i



Tensão no mundo árabe

 









Onda da revolta política e social abala mundo árabe

Começou na Tunísia com uma revolta social que levou à queda da ditadura de Ben Ali e está a estender-se por países do Magrebe e Médio Oriente: a onda de protestos , exigindo reformas e democracia, está a abalar o mundo árabe. A revolta está às portas do Egipto e do Iémen e ameaça passar pela Argélia. Marrocos e Israel estão preocupados.

Ontem, Mohamed el Baradei, Nobel da Paz e ex-presidente da Agência Internacional de Energia Atómica, chegou ao Egipto para dar rostos a uma revolta nas ruas que foi impulsionada pelos movimentos juvenis e associações de defesa dos direitos humanos, usando as redes sociais na Internet (Facebook e Twitter), surpreendendo o regime ditatorial com 30 anos, liderado pelo Presidente Hosni Mubarak, e a própria oposição, tradicionalmente fraca e dividida.
El Baradei tinha sido criticado por estar fora do país nos últimos dias, depois de ter passado o último ano a pressionar o regime ditatorial a proceder a reformas, lembra o El País. Mas ontem o Nobel da Paz regressou disse querer "um novo Egipto, através de uma transição pacífica": "Se as pessoas, em particular os jovens, querem que lidere a transição não os vou defraudar."
Os protestos alastraram também ao Iémen, onde Ali Abdalá Saleh está na presidência há 32 anos e procura tornar-se vitalício no poder. Milhares de pessoas exigiram na ruas da capital, Saná, o fim da carência de alimentos, da corrupção, do desemprego galopante e do nepotismo. Neste caso, são as forças da oposição que estão a capitalizar os protestos, convocando manifestações separadas em Saná para dividir as forças policiais. Além disso, os protestos também se fizeram sentir noutras cidades, como Adén, onde um homem se tentou auto-imolar.
Mas, se a comunidade internacional apoia a democratização destes países, como ontem afirmaram os EUA, o Iémen é motivo de grande preocupação: a fragilidade do Estado, o movimento separatista no sul, a insurreição no norte e os tentáculos da Al Qaeda podem transformar o país num estado falhado, como a Somália, e não numa nova Tunísia, salienta o El País.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ana de Amsterdam

Arkansas

Só alguns dias mais tarde apareceram as primeiras explicações nos jornais. O barulho dos fogos de artifício assustara os pássaros que descansavam nos ninhos. O rebentar simultâneo de milhares de foguetes, celebrando o novo ano, fizera-os despertar do seu sono palpitante. Segundo um especialista, as aves teriam tido um choque profundo, a explosão de ruído e luz provocara-lhes desorientação e cegueira. Alguns pássaros explodiram por dentro, sangraram pelos olhos; outros puseram-se a voar num descontrolo absurdo, batendo em chaminés, paredes, postos de iluminação, placards publicitários. Naquela noite, porém, ninguém encontrou razão que explicasse a chuva de pássaros e a multidão, que viera ao cais assistir ao fogo de artifício, emudeceu quando as aves começaram a cair.

Até que um homem se pôs a gritar que aquilo era um sinal divino, deus, zangado, anunciava o fim do mundo. Estava no livro sagrado. Uma mulher deu uma gargalhada, mangando da ignorância do crente. Desviou a objectiva das cascatas de luz e começou a fotografar o fenómeno, procurando o melhor ângulo para uma documentação credível. Um homem bonito, de olhos espessos, aproveitou a primeira agitação da multidão. Protegeu o rosto com as mãos e começou a abrir caminho na multidão. E se alguma ave, ao cair, lhe acertasse de bico, rasgando-lhe o rosto, marcando-o para sempre? Uma mulher gorda, que morava perto do cais, gritou ao marido que, na manhã seguinte, apesar de ser dia de ano novo, teriam de varrer o telhado e inspeccionar os algerozes. Só uma rapariga se comoveu com aquela mancha de morte. Apanhou um tordo que caiu aos seus pés e sentiu-lhe o corpo morno.


posted by Ana Cássia Rebelo

Nelson Mandela internado para exames


Segurança reforçada no Hospital onde Nelson Mandela está internado.




Uma viatura militar e vários carros da polícia sul-africana, alguns transportando elementos da brigada de minas e armadilhas com cães, foram destacados para as instalações hospitalares onde Nelson Mandela está desde ontem internado.

Milpark, local onde se situa o hospital com o mesmo nome na zona noroeste de Joanesburgo, tem conhecido, desde a noite passada, um movimento absolutamente invulgar de viaturas oficiais, de segurança e da comunicação social.
Desde o meio da manhã de hoje inúmeras personalidades entraram nas instalações onde o ex-presidente, de 92 anos, foi ontem internado para "exames de rotina": a sua ex-mulher, Winnie Madikizela-Mandela, a viúva do "histórico" dirigente Walter Sisulu, Albertina, que se movimenta numa cadeira de rodas, o ministro da Justiça e alto quadro do ANC, Jeff Radebe, e várias outras.
Cerca das 13:30 horas locais (11:30 horas de Lisboa) Winnie Mandela abandonou o hospital de Milpark visivelmente emocionada, embora sem prestar declarações. Era visível que a ex-mulher de Nelson Mandela limpava lágrimas do rosto no momento em que entrava no automóvel que a aguardava frente à entrada principal, e que está rodeada por uma improvisada rede verde destinada a obstruir a visão dos jornalistas.
Na estreita rua que leva ao hospital de Milpark, e onde um grupo de jornalistas passou a noite de quarta-feira monitorizando entradas e saídas de viaturas e personalidades, estão hoje estacionados carros de transmissões das televisões locais e inúmeros jornais, rádios e órgãos de comunicação internacionais, dificultando mesmo o acesso ao hospital.
Também no bairro de Houghton, onde Mandela e a família residem desde 1992, as autoridades começaram esta manhã a controlar o movimento de viaturas, particularmente nas proximidades da residência do velho estadista.
Vários jornalistas foram instados pela polícia a não estacionarem nas proximidades e viaturas policiais foram destacadas para os cruzamentos que levam à residência de Mandela, embora não tenham sido montadas quaisquer tipos de barricadas até ao momento.
Na manhã de hoje foi noticiado por uma estação de rádio local que o ex-presidente havia sido examinado por um destacado especialista de doenças do trato respiratório, o professor Michael Pitt, embora oficialmente a notícia não tenha sido confirmada.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fotografia

http://blindboys.org/













Protestos no Egipto resultam em confrontos no Cairo e em Suez

 









Milhares de manifestantes voltaram esta quarta-feira a sair à rua no Egipto desafiando a proibição das autoridades. Houve confrontos com a polícia no Cairo e em Suez e mais de 800 pessoas foram detidas durante os dois dias de protestos.

Pelo menos 2000 pessoas manifestaram-se na cidade de Suez, onde esta terça-feira morreram três pessoas nos confrontos, adiantaram testemunhas citadas pela AFP. No Cairo os manifestantes também voltaram a sair à rua - milhares, segundo a Reuters - concentrando-se junto ao Supremo Tribunal, gritando "queremos a queda do regime" e atirarando pedras à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo.
O primeiro-ministro egípcio, Ahmed Nazif, disse à agência de informação estatal que o Governo está empenhado em possibilitar a liberdade de expressão no país "por meios legítimos", mas adiantou que a polícia reagiu aos protestos "com contenção". Segundo fonte do Ministério do Interior egípcio, citada pela Reuters, nos últimos dois dias foram detidas cerca de 500 pessoas, mas mais tarde diversos órgãos de informação noticiaram a detenção de mais de 800 pessoas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou às autoridades egípcias para aproveitarem esta ocasião para "se interessarem pelos problemas legítimos das pessoas", adiantou o seu porta-voz, Martin Nesiry. "A ONU está a acompanhar de perto as manifestações e a tensão no Egipto e na região, e o secretário-geral apela a todos os envolvidos para que a situação no Egipto não conduza a mais violência", adiantou.
Centenas de manifestantes juntaram-se em frente à morgue em Suez para pedir que o corpo de um dos manifestantes mortos fosse entregue à família, adiantou a Reuters. Gritaram "o Governo matou um nosso filho".
Várias manifestações foram marcadas pelo grupo de opositores 6 de Abril para esta quarta-feira "e para depois, até [o Presidente] Moubarak se ir embora".
O Governo tinha avisado que não iria permitir novos protestos nas ruas como os da véspera, em que morreram quatro pessoas, e adiantou que todos quantos tentassem manifestar-se seriam detidos. Estas são as maiores manifestações no Egipto desde que o Presidente Hosni Moubarak chegou ao poder, em 1981.
"Nenhuns movimentos provocadores nem reuniões de protesto, marchas ou manifestações vão ser permitidas. Procedimentos legais serão tomados imediatamente e os participantes entregues às autoridades de investigação", afirmou na terça-feira o ministro do Interior, citado pela agência noticiosa estatal MENA.
Mais de 20.000 pessoas protestaram ontem em várias cidades do país, num "dia da ira" contra a pobreza e a repressão de Hosni Mubarak, inspiradas pela "revolução dos jasmins" que na semana passada fez cair o chefe de Estado na Tunísia.
Esta manhã era feita uma actualização do número de mortos nos confrontos que ocorreram na véspera, passando a um polícia, no Cairo, e três manifestantes, todos na cidade de Suez. A agência noticiosa britânica Reuters, citando uma fonte médica, identificava o terceiro manifestante morto como Gharib Abdelaziz Abdellatif, de 45 anos, que terá perecido já hoje no hospital.
A manhã começou tranquila nas ruas da capital egípcia, apesar de milhares de manifestantes terem ameaçado não abandonar a praça de Tahiri, no centro do Cairo, até ao derrube de Mubarak.
Pelas primeiras horas de hoje a polícia tinha já toda a zona sob controlo, e foi testemunhada a existência de um forte aparato de segurança na capital e a detenção de alguns grupos de jovens do sexo masculino por toda a cidade – nomeadamente junto a um complexo de edifícios de tribunais, no centro do Cairo, onde começaram alguns dos protestos de ontem.
Durante a noite as forças de segurança continuaram a dispersar os manifestantes, com canhões de água e gás lacrimogéneo. Já de madrugada, as ruas estavam vazias e o trânsito fluía normalmente.

Davos debate a crise de dívida europeia


A reunião de 2011 do Fórum Económico Mundial arranca hoje na estância de inverno suíça de Davos, para reflectir sobre soluções para a crise de dívida na zona euro, as guerras cambiais e o aumentar das convulsões sociais.

Com o tema 'Normas Partilhadas para uma Nova Realidade', o encontro deste ano do Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês) vai receber entre 26 e 30 de Janeiro 2.500 líderes políticos e económicos, incluindo 27 chefes de Estado e de governo.
«O sistema político e as instituições estão esgotados pelas complexidades que enfrentam» disse recentemente, em conferência de imprensa o presidente do WEF, o professor de economia Klaus Schwab, que fundou o fórum de Davos em 1971.
Com toda a gente «demasiado ocupada a apagar fogos» para fazer reflexões estratégicas, Schwab prometeu que Davos se vai dedicar a temas de longo prazo, como «o deslocar do poder económico e político do Norte para o Sul e do Ocidente para o Oriente», bem como as formas actuais de governação global, o aumento das revoltas sociais ou as desvalorizações competitivas entre os principais blocos económicos mundiais.
A presença da chanceler alemã Angela Merkel, do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, do presidente do Banco Central Alemão, Axel Weber e da ministra espanhol das Finanças, Elena Salgado, leva também os analistas a apostar que a crise de dívida da zona euro estará em debate.
Os 1.400 líderes empresariais presentes em Davos até estão otimistas, com os resultados das empresas e a economia dos Estados Unidos a melhorar, e os países emergentes a crescer a passos largos. O que vai preocupar gente como o fundador da Microsoft, Bill Gates, o milionário George Soros ou Jamie Dimon, presidente do banco JP Morgan Chase, são as questões globais como o desemprego e o fosso entre os mais ricos e os outros, que se traduz, muitas vezes, em raiva contra os grandes bónus dos banqueiros.
Um recente inquérito aos participantes de Davos demonstra que as «desigualdades sociais» é o tema que a elite da elite mundial mais quer debater, entre champanhe e uma ou outra descida numa das melhores pistas de ski do mundo.
«Davos não vai resolver nada. É impressionante como esquecemos rapidamente as lições que aprendemos na crise. E se a realidade não nos muda, porque é que Davos haveria de mudar alguma coisa?», disse à Lusa Jules Goddard, investigador da London Business School, um dos eleitos do WEF para participar no encontro.
Em Davos, nos dois últimos anos, no auge da crise, a companhia de patrões da banca e da indústria comprometia, ao ponto de, em 2009, estrelas internacionais como o cantor Bono ou os atores Brad Pitt e Angelina Jolie preferirem não por lá os pés.
Este ano, a poeira das estrelas volta a banhar banqueiros, políticos e empresários. O efeito bling-bling , entre jóias e brindes de champanhe, está assegurado pelo tenor espanhol José Carreras, pelo actor americano Robert de Niro, para além da princesa norueguesa Mette-Marit e dos príncipes Matilde e Felipe, da Bélgica. Bono também voltou

Obama apela à união dos partidos politicos

O Presidente dos Estados Unidos apelou aos partidos para que trabalhem juntos no Congresso.

A "caminho do progresso" na sequência da "maior recessão que a maioria dos norte-americanos alguma vez conheceram", foi como Barack Obama referiu os Estados Unidos no discurso do estado Nação, proferido na terça-feira, em Washington. A tónica do discurso recaiu sobre a necessidade de que os partidos trabalhem em conjunto para um mesmo fim no Congresso, atualmente dividido entre as representações dos dois partidos. Obama apelou à ação para diminuir o défice e fazer face aos desafios lançados pelos competidores emergentes como a Índia e a China.
Ao contrário da tradição, muitos rivais democratas e republicanos sentaram-se juntos, e não separadamente, enquanto ouviam o discurso do Presidente. Não terá sido alheio a este facto a vontade de mostrar unidade depois do tiroteio de há três semanas, no Arizona, no qual a congressista Gabrielle Giffords foi gravemente atingida.
"Este é o momento Sputnik da nossa geração", disse Obama, referindo-se ao sucesso dos soviéticos em colocar o primeiro satélite em órbita antes dos EUA, em 1957, continuando: "há dois anos, eu disse que tínhamos de atingir um nível de investigação e de desenvolvimento que não temos tido desde o auge da corrida ao espaço". O Presidente sublinhou a necessidade de investir na investigação biomédica, tecnologias da informação e, em especial, na tecnologia da energia limpa - "um investimento que fortalecerá a nossa segurança, protegerá o planeta e criará numerosos empregos" para os norte-americanos, disse.
Barack Obama adiantou que o Governo investirá em melhorias de larga escala em infraestruturas, incluindo ligações de comboios de alta velocidade e assegurando que 98% dos americanos tenham acesso a ligações de banda larga de internet sem fios no prazo de cinco anos.
A política externa só foi referida no discurso quando o Presidente referiu que as tropas norte-americanas tinham terminado a sua missão no Iraque "de cabeças erguidas", ao mesmo tempo que a liderança da al-Qaeda no Paquistão está "sob a maior pressão de sempre desde 2001".

Afeganistão:Petraeus afirma que talibãs estão a bater em retirada


O chefe das tropas da NATO no Afeganistão, o general norte-americano David Petraeus, afirmou numa carta divulgada ontem que os talibãs perdem terreno face às tropas da coligação internacional.

Nesta carta bastante optimista, dirigida aos soldados, o general Petraeus assegurou que as forças da ISAF conseguiram ganhar terreno durante os últimos 12 meses. A acreditar no alto graduado, a coligação soube afastar os talibãs no Sul afegão e infligiu "perdas consideráveis" aos quadros de nível intermédio dos combatentes islamitas. Mas, o general não fez, em nenhum momento, referência a Julho de 2011, data escolhida pela administração do presidente norte-americano Barack Obama para o início da retirada dos 100.000 soldados norte-americanos do Afeganistão.

"No fim de contas, 2010 foi um ano de sucessos notáveis, atingidos pagando o preço de lutas difíceis. Este ano também se anuncia como um ano difícil", escreveu o general Petraeus, que agradeceu igualmente às tropas da ISAF pelos sacrifícios realizados e explicou que os seus esforços permitiram semear a "discórdia" no topo do aparelho decisor dos talibãs.
"A partir de agora, os insurrectos reagem mais às nossas operações do que o inverso. Vários relatórios fazem estado de um desacordo sem precedentes entre os membros da choura de Quetta, o órgão de comando dos talibãs", concluiu.

O Novo Paradigma Escolar

Um Moderno Modelo Escolar

Há muita insatisfação com as escolas públicas e não só em Portugal. A Suécia, muito socialista, introduziu há 25 anos o que já temos: o colégio privado e cooperativado. Não conheço país civilizado onde o ensino básico seja comandado a partir da capital. Mesmo as escolas publicas são da responsabilidade do município, com algum apoio central.
A avaliação moderna, ao contrário de Portugal, não é feita só pelos inspectores e especialistas, mas pelas universidades, PME locais e sociedade civil, que são os "clientes", os que contratam os ex-alunos.
A recente Conferência Episcopal expressa as vantagens do privado: "O ano escolar sem interrupções, com professores permanentes, e com o financiamento recebido do Estado, muito menos oneroso ao erário público que iguais escolas do ensino estatal. Mas em anos recentes, isto tem sido travado pelo governo.
Em outros países, muitos municípios dão um voucher aos pais para pagarem pelo ano escolar a escola que ecolherem, publica ou privada. O valor é a média do custo por aluno naquele ano. A melhor escola é a mais procurada e, portanto, a que mais recebe. Assim, professores e demais educadores fazem o melhor, para que os pais, alunos e a sociedade a conheçam. Com mais fundos, vão a mais cursos e ficam ainda melhores.
É o ganha-ganha: melhor para os professores, para os pais, alunos, sociedade e o Orçamento do Estado. Precisamos de pessoas de bom-senso, não especialistas nem egoístas, para modernizar o sietema escolar-

Jack Soifer

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

EUA : Obama profere esta noite o discurso do Estado da União

 






Discurso do Estado da União de Obama marcado pela competividade e défice

Os temas da competitividade futura dos Estados Unidos e da sua economia e os investimentos públicos necessários para a assegurar, deverão ser centrais ao discurso do Estado da União que o presidente norte-americano, Barack Obama, profere hoje.
Numa altura em que os Estados Unidos ainda estão ensombrados pelo massacre do início do mês em Tucson (Arizona), a mensagem do discurso será unificadora, mas não o suficiente para que democratas e republicanos se entendam sobre uma questão de biliões de dólares -- o défice.
"Com o devido respeito para os nossos amigos democratas, sempre que eles querem gastar, chamam-lhe investimento. Portanto, acho que vamos ouvir o presidente falar muito em investimentos na terça-feira à noite", disse no domingo o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, ao canal de televisão conservador FOX News.
Entretanto, Eric Cantor, líder republicano na Câmara dos Representantes, sublinhava noutro canal, a NBC, que o partido vai exigir "cortes orçamentais profundos", e que mesmo as despesas militares não deveriam ser poupadas.
Na discussão sobre o défice galopante (1,3 biliões de dólares), enquanto a economia recupera daquela que é considerada a maior quebra desde a Grande Depressão, Obama terá pela frente um partido republicano impulsionado pela conquista da maioria na câmara baixa do Congresso e reforço de lugares no Senado.
Na campanha para as eleições intercalares de novembro, os republicanos ganharam com uma proposta de redução profunda das despesas públicas, que só este ano ascenderia a 100 mil milhões de dólares, o que entretanto a liderança já reconheceu ser "difícil". Mas, desde o final do ano passado, a popularidade presidencial não parou de subir, segundo atestam as últimas sondagens, e o discurso ao país após o massacre de Tucson, em que ficou gravemente ferida a congressista democrata Gabrielle Giffords, foi de modo geral bem acolhido à esquerda e à direita.
Num invulgar sinal de unidade política, congressistas e senadores democratas e republicanos sentar-se-ão hoje lado a lado no Congresso às 21:00 locais (02:00 de quarta-feira em Lisboa), para ouvir Barack Obama.
Segundo os diários New York Times e Wall Street Journal, Obama irá aproveitar o discurso para defender a necessidade de investimentos públicos seletivos que criem empregos, estimulem a economia e contribuam para a competitividade do país a longo prazo, como a investigação científica, energias amigas do ambiente e bolsas académicas.

Russia:atentado em Moscovo terá sido perpetrado por mulher bombista suicida


O atentado que fez esta segunda-feira 35 mortos no aeroporto de Moscovo terá sido perpetrado por uma mulher bombista suicida e um cúmplice, um procedimento “habitual” para os rebeldes do Norte do Cáucaso, afirma a polícia.

Atentado é um novo desafio a autoridade de Putin

“A explosão ocorreu no momento em que uma presumível terrorista abriu a sua mala”, disse fonte policial à agência Ria-Novosti. A mulher estava acompanhada por um homem que permaneceu a seu lado e cuja cabeça a polícia acabou por encontrar depois da explosão, acrescentou.
“Não excluímos a hipótese de que os terroristas tenham tido a intenção de deixar o engenho explosivo na sala mas que a bomba tenha sido detonada acidentalmente por um controlo remoto", disse fonte citada pela Ria-Novosti.
De acordo com a polícia, os terroristas terão sido levados até ao aeroporto de por um cúmplice.
"O atentado foi realizado de acordo com os procedimentos utilizados por terroristas na região Norte do Cáucaso", acrescentou. "As explosões na estação de Metro Rizhskaya (em 2004) e outras explosões no Metro de Moscovo (em 2010) foram realizadas de forma semelhante, sendo os terroristas acompanhados por militantes."
O Presidente russo, Dmitri Medvedev, disse hoje, citado pela agência Interfax, que a direcção do aeroporto moscovita deve agora responder por infracções em questões de segurança. Segundo a agência Itar-Tass, o Presidente já deu orientações nesse sentido ao procurador-geral Yuri Chaika. “O que se passou mostra claramente que existiram violações às regras de segurança. Tiveram forçosamente de ter falhado para que esta quantidade de explosivos tenha conseguido entrar no aeroporto”, acrescentou. “Todos aqueles que têm responsabilidades e que tomam decisões na gestão do aeroporto deverão ser chamados a responder. Isto é uma tragédia.”
Medvedev declarou que "o terrorismo continua a ser a ameaça mais séria" para a Rússa e garantiu que os responsáveis pelo atentado serão "liquidados". "Vamos fazer tudo para que os bandidos que cometeram este crime sejam identificados e levados à justiça", afirmou o Presidente russo.
De momento 110 pessoas estão hospitalizadas com ferimentos causados pela explosão, ontem às 13h32 em Lisboa, na zona de entrega de bagagens do terminal de chegada dos voos internacionais. O explosivo usado teria uma potência equivalente a cinco quilos de TNT.
Segundo o Ministério russo para as Situações de Emergência, citado pela Itar-Tass, os feridos estão a receber tratamento em vários hospitais de Moscovo.
Este atentado bombista terá sido o maior ataque terrorista desde que duas mulheres bombistas suicidas do Norte do Cáucaso accionaram explosivos nas estações de Metro da capital russa, em Março. Morreram 40 pessoas.


Homenagem a Wayne Shorter

FMI avisa que EUA e Japão também podem ter crises de dívida


Não é só a zona euro que está vulnerável à especulação dos mercados internacionais. Os EUA e o Japão também podem vir a ter problemas de dívida, o que ameaçaria a economia mundial, avisa o FMI.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou hoje uma actualização do seu Global Financial Stability Report, onde começa por dizer que, “quase quatro anos após o início da maior crise financeira desde a Grande Depressão, a estabilidade financeira mundial não está assegurada e é preciso dar resposta a desafios políticos significativos”.O fundo considera que a reestruturação dos balanços dos Governos, das empresas e dos bancos prossegue a passo de caracol e que o nível de endividamento é ainda muito elevado. “Os níveis elevados de dívida no sector privado em vários países deverão continuar a enfraquecer a procura interna por crédito e a capacidade de os bancos emprestarem, o que terá impacto na economia”, salienta a instituição.
A agravar o cenário, o sector bancário não conseguiu resolver as suas vulnerabilidades e tem dificuldades em financiar-se, o que deixa o sistema financeiro “frágil e altamente vulnerável à deterioração do sentimento dos mercados”.Neste contexto, e numa Europa a braços com uma crise da dívida, há o risco de novos países serem arrastados no turbilhão. “Nos EUA, o atraso na definição de uma estratégia credível de consolidação orçamental de médio prazo pode, eventualmente, levar a um aumento das taxas de juro, o que teria efeitos colaterais nos custos de financiamento em outras economias”, salienta o FMI.
De acordo com a instituição, quanto mais tempo demorar a estabilização orçamental, mais provável é começar a assistir-se a um aumento dos juros das Obrigações do Tesouro norte-americanas, “o que teria um efeito disruptivo nos mercados financeiros internacionais e na economia mundial”.
O mesmo pode acontecer no Japão, que tem de “continuar a trabalhar para reduzir os elevados níveis de dívida e assegurar a sustentabilidade fiscal no contexto de uma população cada vez mais envelhecida”.
Mesmo durante a crise económica e financeira mundial, as taxas de juro das obrigações norte-americanas e japonesas não sofreram grandes oscilações, mantendo-se em níveis baixos. Aparentemente, a imagem de grandes potências económicas mundiais tem sido o suficiente para que os mercados desvalorizem os números do défice e da dívida, que são, em muitos casos, piores do que dos países periféricos do euro.
Nos EUA, as previsões feitas pelo FMI em Outubro apontam para que a dívida pública atinja este ano os 92,7 por cento do PIB, enquanto o défice deverá chegar aos 11 por cento. No Japão, esses números disparam para 226 por cento e para 9,6, respectivamente. Em Portugal, por exemplo, o cenário não é tão negro: a dívida pública deverá chegar este ano aos 78,9 por cento, ao passo que o défice ficará pelos 7,3 por cento ou, nas previsões do Governo, abaixo disso.

In "Publico"

domingo, 23 de janeiro de 2011

A Televisão por Satélite

http://pt.euronews.net/2010/05/27/televisao-por-satelite/

O campeonato do mundo de futebol vai ser visto em todo o planeta graças à televisão por satélite.
Os segredos dos satélites de televisão: como funcionam, como são geridos e os riscos que correm.

A Internet por Satélite


    http://pt.euronews.net/2010/10/29/internet-por-satelite/
                                     

Internet por satélite – um meio universal e eficiente para aceder à World Wide Web.
 A internet de alta velocidade tornou-se uma necessidade onde quer que estejamos, seja longe das cidades… ou no comboio.
Se a super-autoestrada da informação passar pelo espaço poderemos estar sempre online.

Gun Control in America


Após do trágico ataque na cidade de Tucson, no Arizona, onde um louco disparou indiscriminadamente durante uma acção política da Congressista Gabrielle Giffords, tem-se falado muito sobre a redução da crispação e agressividade política nos Estados Unidos. Contudo, estranhamente (ou talvez não), um tema que não está a merecer grande debate é o do controlo das armas de fogo, o que normalmente acontece depois de um incidente deste género.
De facto, parece que, nos Estados Unidos, o tema do posse de armas é já um assunto quase que "arrumado", depois das animadas discussões de outrora, quando a questão do gun control estava no topo das prioridades políticas. Contudo, com a maioria da população a ser a favor do posse de armas de fogo pelos cidadãos e devido ao fortíssimo lobby pro-gun, com a National Rifle Association à cabeça, os activistas a favor do gun control foram perdendo gás.
Ainda assim, uma congressista democrata de Nova Iorque, Carolyn McCharthy, vai apresentar uma proposta de lei que, a ser aprovada, banirá os carregadores de grande capacidade, como aquele que foi utilizado no ataque do Arizona e que permitiu ao atirador alvejar mais de vinte pessoas num espaço de poucos segundos. McCharthy tem uma forte ligação a este tema, pois viu o seu marido ser morto e o seu filho ferido, em 1993, quando um indivíduo com perturbações mentais abriu fogo num comboio, usando um carregador de grande capacidade.
Porém,dificilmente esta proposta será aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, já que o próprio Speaker John Boehner (R) já deu a entender que dificilmente a apoiará. Quanto a mim, e correndo o risco de ser acusado de estar a fazer uma análise etnocêntrica, que não tem em conta a cultura e mentalidade dos Estados Unidos da América, considero que o plano da congressista McCharty faz todo o sentido e que será um disparate não o aprovar, visto que ninguém que queira uma arma para ir caçar patos ou para se defender necessita de armas semi-automáticas, com a capacidade de disparar dezenas de balas num curto espaço de tempo. Como diz Carolyn McCharty, "a única razão para a existência desse tipo de armas é a de matar o máximo número de pessoas o mais rapidamente possível"

In "Máquina Política" (blog)

FBI abre guerra sem precedentes contra a Máfia e o crime organizado

Maior operação da história da Máfia faz 110 detidos entre as famílias italo-americanas de Nova Iorque e New Jersey

Há décadas que se antevia uma operação federal deste calibre, mais alto do que as milhares de armas que já passaram pelas mãos das cinco famílias da Máfia napolitana que começaram a instalar-se em Nova Iorque nos anos 30. O dia dessa operação sem precedentes chegou exactamente às 8h da manhã de ontem (hora local), quando cerca de 800 agentes federais deram início à maior operação de combate ao crime organizado nos Estados de Nova Iorque e de New Jersey. Pelo menos 110 pessoas foram detidas, 80 delas já com acusações formais interpostas em tribunais.
Os números da operação só foram conhecidos ao final da tarde. Antes disso, o "The New York Times" foi o primeiro jornal dos EUA a avançar a notícia, que começou a explodir em todos os outros jornais do país a meio da manhã. Nenhum tinha dados certos da operação em curso, mas o diário nova-iorquino conseguiu falar com várias fontes anónimas ligadas à operação e às famílias em questão. O anúncio oficial do FBI tardou a chegar e as fontes mantiveram o anonimato, por continuarem a temer os braços do crime organizado italiano instalados, sobretudo nos Estados de Nova Iorque e de New Jersey.
Os dados avançados por cada uma das fontes acabaram por coincidir com os apresentados pelo FBI. Todas falavam em mais de 100 detidos, adiantando que as famílias mais atingidas são a Colombo e a Gambino - ainda que dezenas das pessoas detidas ou indiciadas tenham também ligações aos Genovese, Lucchese e Bonanno. Os Colombos são os mais afectados: o líder das operações da família, o seu braço direito e o consigliere (na terminologia da Máfia, o homem que ocupa o cargo de maior confiança do Don, nome partilhado por todos os chefes das famílias do crime organizado) estarão entre os detidos.
A operação em Brooklyn, onde a maioria das famílias estão instaladas, foi a de maior impacto. Os agentes federais, nas palavras das fontes munidos de um verdadeiro "arsenal", detiveram aí grande parte dos suspeitos. As acusações formais já entregues nos tribunais incluem casos que remontam à década de 80, como o de um associado da família Gambino que é acusado de duplo homicídio num bar de Queens, em 1981, por um dos homens ter entornado uma bebida no seu braço.
O que vai acontecer no seguimento da operação é uma incógnita que faz competição directa com grandes estreias de cinema. O mundo da máfia é, provavelmente, um dos mais retratados do último século, quer no cinema e na televisão, quer na literatura. Histórias como a do jornalista Gay Talese - que se despediu do "The New York Times" para investigar a família Bonanno e escrever o livro "Honor thy father" - ou do agente infiltrado Joseph Pistone - que, sob o nome falso Donnie Brasco, viveu vários anos infiltrado nas famílias Bonanno e Colombo - fazem as delícias de milhares de pessoas em todo o mundo há vários anos.
A série "Os Sopranos" é considerada, por muitos, como uma das melhores produções televisivas de sempre e buscou inspiração nos "verdadeiros Sopranos", a família DeCavalcante instalada em New Jersey, que também foi incluída nas rusgas que vão reescrever o futuro da Máfia italo-americana.

Blackwater, o exército-sombra dos Estados Unidos

Um dos mais poderosos exércitos-sombra do mundo, composto por mercenários, a Blackwater é tão secreta que nem os membros do Congresso norte-americano sabem das suas actividades.

Eric Prince está a dar apoio a uma empresa sul-africana de mercenários que se tenta envolver na guerra civil na Somália, para combater os islamitas e os piratas que actuam no golfo de Áden. Prince é o fundador da Blackwater Worldwide, gigante internacional de segurança envolto em fortes polémicas no Iraque e Afeganistão.

Durante a guerra do Iraque, a administração Bush, além da máquina militar que colocou no terreno, enviou um exército-sombra denominado Blackwater, o mais poderoso exército privado do mundo, composto por mercenários contratados.

Fundada por Erik Prince em 1996, a Blackwater, sedeada nos Estados Unidos da América, na Carolina do norte, é tão secreta que as suas baixas em combate não são conhecidas, os seus crimes não são punidos e o próprio Congresso norte-americano não tem acesso a qualquer informação acerca da organização ou das suas actividades.
A primeira vez que a maioria das pessoas teve conhecimento da sua existência foi em 2004, quando quatro dos seus operacionais cairam numa emboscada, no Iraque, tendo sido mortos e arrastados pelas ruas como troféu.
Com cerca de 23 mil operacionais em actividade, espalhados por nove países, e mais 20 mil contratados de prevenção, os mercenários da Blackwater consideram-se a si mesmos como estando acima de qualquer lei. Em actividade também dentro dos Estados Unidos da América, fortemente armados e circulando em carros sem identificação pelas cidades do país, são considerados por alguns como uma ameaça à democracia.



Fundador da Blackwater apoia mercenários sul-africanos
Foi nestas duas guerras que a Blackwater se tornou num gigante milionário, fruto dos contratos de segurança com o Exército norte-americano, diplomatas e políticos. Mas o comportamento negligente dos seus operativos, que resultou em inúmeras mortes de civis no Iraque, tem valido à empresa investigações das autoridades norte-americanas e vários processos judiciais.
De acordo com o The New York Times, Prince mudou-se para os Emirados Árabes Unido no final do ano passado e está a apoiar uma empresa de mercenários que tenta envolver-se na Somália, um país no caos há décadas que é para Prince o novo palco do seu combate contra o radicalismo islâmico. A empresa quer proteger o governo local, da área não dominada pelos islamitas, treinar o exército local, combater os extremistas e ainda os piratas.

In "DN"

O Projecto de George Clooney parar tentar evitar um novo genocídio no Sudão

O Satellite Sentinel Project, criado pelo actor, está a colaborar com outras organizações para colocar satélites comerciais na fronteira Norte-Sul do país que vai dividir-se em dois. A sua esperança é a de evitar uma nova carnificina.


George Clooney gostaria de levar um pouco de Hollywood a uma das regiões mais remotas e tensas de África. Não se trata de passadeiras vermelhas e sacos de donativos mas o olhar frio, constante e intrusivo de uma câmara.
"Todos podem ir ao Google Earth e googlar a minha casa", disse o actor. "Pensei, se é assim que tem de ser e se podem googlar a minha casa, então as pessoas que cometem crimes de guerra, em particular o Governo do Sudão, também deveriam beneficiar do mesmo nível de celebridade que eu. Estas pessoas são figuras públicas, e nós vamos fotografá-las."
Clooney é o impulsionador de um plano para instalar satélites comerciais que irão monitorizar a fronteira entre o Norte e o Sul do Sudão, um país que deverá partir-se em dois, depois de um referendo que terminou no sábado e cujos resultados oficiais só serão conhecidos no início de Fevereiro. Se eclodirem combates, o seu objectivo extremamente ambicioso - o culminar de anos de envolvimento com este Estado devastado pela guerra - é evitar um genocídio.
O Satellite Sentinel Project é uma colaboração entre a Not on Our Watch (organização de direitos humanos fundada por Clooney), as Nações Unidas, a Universidade de Harvard e a Trellon, uma companhia que constrói websites. No site do projecto, http://www.satsentinel.org, qualquer pessoa poderá ver imagens de alta resolução de uma fronteira que se estende ao longo de 1250 milhas (cerca de 2000 quilómetros). Se a violência começar, os patrocinadores do site esperam que as suas provas fotográficas ajudem a pressionar o Conselho de Segurança da ONU e outros países a intervir.
A organização Not on Our Watch, que Clooney fundou com os actores Don Cheadle, Brad Pitt e Matt Damon e com o produtor Jerry Weintraub e com David Pressman, ex-funcionário do Departamento de Estado na época do Presidente Bill Clinton, já angariou para o projecto 650 mil dólares de fundos iniciais. "Temos a capacidade de criar dissuasão", disse Clooney, que efectuou a sua sétima visita ao Sudão e ao vizinho Chade. "Talvez não seja necessário enviar para a região tanques, helicópteros ou aviões "porque nós estamos a vigiar"."

Analista sério
Mais de dois milhões de pessoas morreram na guerra civil sudanesa que durou de 1983 a 2005. Desde então, a violência esporádica tem continuado entre os árabes sudaneses de tez mais clara no Norte, que defendem a lei islâmica, e os africanos de pele mais escura no Sul semiautónomo.
O Presidente sudanês, Omar Hassan Ahmed Bashir, que tem o seu palácio em Cartum, no Norte, é procurado pelo Tribunal Criminal Internacional sob as acusações de genocídio e crimes contra a humanidade relacionados com aquela violência. Tendo os sudaneses do Sul, na sua maioria cristãos e animistas, votado a favor da secessão, o Sul ficará com cerca de 80 por cento das receitas petrolíferas do país - um problema incómodo para Bashir.
A primeira visita de Clooney ao Sudão foi em 2006, quando filmou um documentário com o seu pai, o jornalista Nick Clooney. No final desse ano, o actor discursou perante o Conselho de Segurança da ONU sobre esta questão, tendo viajado para a China e Egipto, na companhia de Cheadle, para tentar persuadir os responsáveis destes a usarem os seus laços com o Governo sudanês para ajudar a pôr fim à violência.
"George continua a aparecer", notou John Prendergast, co-fundador do Enough Project, que visitou o Sudão com Clooney. "Ele é um analista muito sério e empenhado. Deslocou-se a localidades remotas. Colocou-se a si próprio perante riscos extremos. Ele fica alojado em cabanas de palha e em cabanas de adobe. Ele adoece devido à falta de condições sanitárias."
Os apelos de Clooney à paz no Sudão levaram-no da Casa Branca, onde se encontrou com o Presidente Barack Obama um mês após a sua tomada de posse, até às mais longínquas aldeias fronteiriças. Numa tentativa para persuadir um líder rebelde a assistir a uma conferência de imprensa, o actor ofereceu-lhe dinheiro para financiar a loja de sapatos do seu pai. (O esforço não resultou.)Para alguém que tem a vida peculiar de uma celebridade, Clooney consegue encontrar um anonimato raro no Sudão. "É uma zona calma para ele", observou Prendergast. "Quando vamos para Nova Iorque e Los Angeles, toda a gente o segue. Mas se vai a uma aldeia ou a um campo de refugiados, é apenas mais um funcionário de uma agência humanitária ou um activista de direitos humanos que aparece por ali."

Documentar em tempo real
A ideia de Clooney do Satellite Sentinel Project começou com uma viagem ao Sudão em Outubro. Depois de a Not On Our Watch ter fornecido os fundos iniciais, outras organizações e companhias rapidamente se juntaram como parceiros, a tempo do lançamento da iniciativa em Dezembro de 2010.
"Este [projecto] é ideia original de Clooney e a sua dimensão não tem precedentes", salientou David Yanagizawa-Drott, professor assistente da Harvard"s Kennedy School of Government, que irá avaliar os resultados do programa para a Harvard Humanitarian Initiative. "É necessária uma tecnologia sofisticadíssima, deixando acessíveis ao público documentação de direitos humanos e imagens quase em tempo real. Não se trata apenas de documentar o conflito post mortem. Ou seja, antes de uma guerra civil poder eclodir, já estaremos a documentá-la."
Clooney está consciente de que o activismo geopolítico de figuras de Hollywood é, frequentemente, encarado com cinismo, se não mesmo com um desdém sem reservas - mas nada o detém.
"As pessoas que reviram os olhos, a maioria dessas pessoas não sabe nada", declarou Clooney. "Tenho líderes rebeldes na minha lista de contactos telefónicos de marcação rápida. Já passei algum tempo na companhia do Presidente do Chade, no Sul do Sudão. Estive em Cartum. Conheço pessoalmente a maioria das facções. Por isso, tenho um entendimento rudimentar do que se passa, o que é mais do que tem a maioria das pessoas. Se isso significar que posso intervir e chamar a atenção daqueles que sabem realmente o que estão a fazer, então estou a cumprir a minha missão."
No entanto, Clooney tem sido discreto quando ao seu trabalho na região, tendo designado os seus esforços de "o maior fracasso" da sua vida, numa entrevista que concedeu ao jornal britânico The Sun, em Setembro do ano passado.
"Nada mudou na realidade", lamentou Clooney recentemente. "Quando 300 mil civis inocentes são sistematicamente violentados e assassinados, então trata-se de um fiasco a todos os níveis. Sou um tipo antiquado, gosto de ganhar o jogo e não dizer apenas que jogámos bem mas perdemos."

In "O Público"

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mulher do ex-Presidente liderava "cleptofamília"


Centenas de manifestantes continuavam ontem a pedir nas ruas o corte com tudo o que estivesse ligado ao regime do ex-Presidente Zine al-Abidine Ben Ali, fosse membros do seu partido no Executivo, fosse a ligação da sua família aos negócios do país. Em Tunes, havia ainda romarias às casas luxuosas do clã Trabelsi, a família da mulher de Ben Ali, entretanto pilhadas.

E cada vez mais a riqueza ilegalmente acumulada por este clã de estilo mafioso - onde não faltava a mulher maquiavélica, o homem que janta com a arma em cima da mesa ou o playboy com uma queda por iates de luxo - está sob escrutínio: as autoridades tunisinas anunciaram ontem uma investigação às transacções financeiras, contas em bancos estrangeiros e às propriedades e hoje a detenção de 33 membros da família de Ben Ali. A Suíça congelou os bens do ex-Presidente e de 40 pessoas do seu círculo próximo.

Falar da família Ben Ali é sobretudo falar de Leila Trabelsi, a ex-primeira dama, e dos seus dez irmãos. Os tunisinos podiam não gostar de Ben Ali, mas odiavam sobretudo Leila e o seu clã com uma ganância sem fim, garantiu Mounir Khelifa, um professor que visitava ontem uma das casas abandonadas dos Trabelsi, à norte-americana National Public Radio (NPR).
Leila Trabelsi, antiga cabeleireira, filha de um vendedor de fruta e legumes, tinha crescido num dos mais pobres bairros da medina de Tunes. Casou-se com Ben Ali em 1992, cinco anos depois do golpe sem sangue que colocou o então primeiro-ministro no lugar do Presidente Habib Bourguiba, o herói da independência.
Foi o segundo casamento de ambos: Leila tinha-se casado muito nova e cedo se tinha divorciado; Ben Ali era casado com a primeira mulher quando se envolveu com Leila e ainda quando nasceu a primeira filha de ambos.
Depois de casada com Ben Ali, Leila foi ganhando poder, tornando-se uma figura maquiavélica descrita como a Lady MacBeth da Tunísia, a Imelda Marcos do mundo árabe, a regente de Cartago ou mesmo "a Presidente".
Diz-se que Leila se estaria a preparar para suceder ao marido, entretanto doente. Se estes planos futuros não são claros, é o passado que está cheio de intrigas palacianas, golpes para afastar rivais e casamentos para cimentar alianças. Diz-se, por exemplo, que a filha de Leila se casou com um importante homem de negócios apesar de este ter uma namorada. A namorada saiu do país após ter sido contactada pela polícia, deixando o caminho livre para Nesrine.
Nos últimos tempos, por causa da doença do marido, Leila tinha mesmo dito aos ministros que era melhor falarem com ela primeiro para não aborrecer Ben Ali. O ex-Presidente terá demorado a sair do país porque Leila não percebeu logo a gravidade da situação e filtrou a informação.
A primeira dama cuidava de si e de assegurar que o seu clã participava nos sectores-chave da economia. Os Trabelsi tinham participações em bancos (o FMI alertou para a grande quantidade de bancos em relação à população tunisina), nas multinacionais a operar no país (um dos telegramas da WikiLeaks contava como a McDonald"s não tinha entrado na Tunísia por recusar a parceria com os Trabelsi), concessionários automóveis, companhias aéreas, operadoras de comunicação, cadeias de rádio e televisão, imobiliário, etc.
O próprio Ben Ali teria avisado os genros para os perigos da ganância excessiva do clã. Em 2002, contam os autores do livro La Régente de Carthage, Ben Ali reuniu os Trabelsi para lhes dizer: "Se querem dinheiro, pelo menos sejam discretos. Encontrem testas-de-ferro e empresas de fachada."
Imed, o sobrinho preferido de Leila, foi pouco discreto. Em 2006, terá mandado roubar um iate de luxo da Córsega sem se aperceber das ligações do seu dono, o banqueiro Bruno Roger, ao Governo francês. Roger não descansou enquanto o executivo não pressionou a Tunísia por causa do roubo do iate, que tinha reaparecido no porto de Sidi Bou Said.

Satélite de telecomunicações mais poderoso do mundo já em órbita

O mais potente satélite de telecomunicações do mundo, da operadora Eutelsat Communications, entrou hoje em órbita.

O mais potente satélite de telecomunicações do mundo, da operadora Eutelsat Communications, entrou hoje em órbita, devendo permitir o acesso a Internet de banda larga a mais de um milhão de lares na Europa e no Baixo Mediterrâneo.
O satélite europeu Ka-Sat, lançado na noite de domingo pelo foguete russo Proton-M, a partir do cosmódromo russo de Baikonour, no Casaquistão, entrou hoje em órbita, anunciou o centro espacial Khrounitchev, em comunicado.
"O satélite entrou em órbita, com sucesso, às 10:03 de Moscovo (07:03 GMT)", precisa o comunicado.
Trata-se do primeiro lançamento de um foguete Proton depois do fracasso de pôr em órbita três satélites russos de navegação Glonasse, que caíram no Oceano Pacífico a 1500 quilómetros do Havai, a 05 de dezembro.
Depois deste incidente, atribuído por alguns especialistas a erros de programação do Proton, os lançamentos deste tipo de foguetes foram temporariamente interditos.
O Ka-Sat, construído pela Eutelsat para a Astrium, a divisão espacial do grupo europeu EADS, deve permitir o acesso à Internet de banda larga aos consumidores da Europa e do Baixo Mediterrâneo que não acedam a este serviço ou que tenham fracas ligações por via terrestre.

Tony Blair responde pela segunda vez a inquérito sobre guerra do Iraque


Em Londres o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair será hoje desafiado a dar "mais detalhes" sobre o envolvimento do Reino Unido na guerra.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair será hoje desafiado a dar "mais detalhes" sobre o envolvimento do Reino Unido na guerra do Iraque no âmbito de um inquérito oficial.
Blair será interrogado pela comissão de inquérito presidida por John Chilcot, que pediu o regresso do antigo chefe de governo.
"À medida que escrevemos o nosso relatório é claro que existem algumas áreas onde precisamos de mais detalhes", justificou Chilcot em dezembro.
Blair deverá ser confrontado com dúvidas sobre a legalidade da invasão levantadas recentemente pelo testemunho do antigo procurador geral da justiça, Peter Goldsmith, que admitiu ter-se sentido "desconfortável" com o comentário de Blair de que seria possível invadir o Iraque sem a autorização das Nações Unidas.
Segundo o antigo magistrado, esta posição "não" seria compatível com o parecer legal que deu ao governo na altura, ou seja, que seria necessária uma segunda resolução da ONU.
Tony Blair compareceu no inquérito pela primeira vez a 29 de janeiro de 2010, tendo na altura negado ter sido um erro a invasão do Iraque em 2003."A decisão que tomei - e francamente faria o mesmo - foi que se houvesse possibilidade de ele desenvolver armas de destruição maciça nós devíamos pará-lo", disse na altura.
A recusa em apresentar desculpas foi criticada por familiares de soldados mortos no conflito e por militantes anti guerra.
À semelhança do que aconteceu há um ano, a assistir à adição de Blair estarão familiares de vítimas da guerra do Iraque e no exterior esperam-se manifestações contra Blair.
O inquérito sobre o Iraque é conduzido por um comité independente com o objetivo de apurar as circunstâncias do envolvimento britânico na guerra entre 2001 e 2009.

Detido banqueiro suíço que entregou informações confidenciais à WikiLeaks


Rudolf Elmer já esteve preso por violação do sigilo bancário

A polícia suíça deteve ontem à noite o antigo banqueiro Rudolf Elmer que, na segunda-feira, entregou ao site WikiLeaks informações confidenciais financeiras de importantes clientes que alegadamente enganaram o fisco nos seus países de origem.
Em comunicado a procuradoria-geral da Suíça informa que a detenção se deve a suspeitas de que Elmer terá violado a lei de sigilo bancário vigente no país que obriga a manter em segredo tais informações.
Horas antes um tribunal suíço dera a ordem de detenção baseada nessas mesmas alegações e na suspeita de que Elmer ameaçou um dos seus empregados no instituto financeiro Julius Baer.
Elmer, que já em 2008 passara informações bancárias à WikiLeaks, trabalhou durante quase duas décadas naquela instituição financeira, sendo responsável das operações nas ilhas Caimã quando foi despedido em 2002. Já cumprira uma pena de prisão, de 30 dias, em 2005, pelo crime de violação do sigilo bancário.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Neandertais como nós: ciência descobriu homens vaidosos, sensíveis e com jeito para a cozinha


Cientistas encontram cada vez mais semelhanças entre os antepassados do homem actual.

Em 2010 foram acrescentadas dezenas de páginas à pré-história. Algumas das quais uma surpresa sobre uma população que até aqui se pensava ser intelectualmente inferior. Para os investigadores, não sobram dúvidas de que os Neandertais seriam da mesma espécie que o homem moderno, o homo sapiens, apenas de raça diferente. Um exemplo: cozinhavam vegetais e usavam colares de conchas. Por perceber estarão outros detalhes do quotidiano - em parte por falta de financiamento, afirma ao i o especialista português João Zilhão.

Depois de décadas de caricaturas - e opiniões contracorrente como a do antropologista norte-americano Carleton Coon, que em 1939 ousou dizer que um Neandertal barbeado, de fato e chapéu, passaria despercebido no metro de Nova Iorque - o Neandertal só começou a receber o respeito intelectual há meia dúzia de anos. João Zilhão, recém-chegado ao departamento de Pré-História da Universidade de Barcelona, explica que a tese de que os Neandertais seriam inferiores aos homens modernos se manteve por exclusão de hipóteses: eram a espécie que não tinha sobrevivido, enquanto os primeiros evoluíram até hoje. "Percebeu-se que as diferenças genéticas que reforçavam a tese de espécies diferentes podem resultar do simples facto de, ao contrário da população actual, esta não ter passado pelos últimos 50 mil anos de evolução", explica.
Da confirmação das capacidades cognitivas aos vestígios arqueológicos que validaram uma dieta rica em vegetais confeccionados, a vida dos Neandertais tem vindo a somar contornos dignificantes - depois de uma longa passagem pela Europa, entre 300 mil a.C. e 37 mil a.C., segundo a última datação publicada por Zilhão. Penny Spikins, investigadora da Universidade de York, concorda que já não há dúvidas de que sejam da mesma espécie, até pelas evidências de miscigenação. E resume: "Apesar de uma diferença de aspecto exacerbada, por terem vivido um isolamento prolongado, eram uma raça. Contribuíram para o nosso património genético." O contributo foi visto ao detalhe dos genes em 2010: cada europeu, nos dias de hoje, herda 1% a 4% de ADN Neandertal.
Em aberto Ao i, Spikins explica que desde que descobriu que os Neandertais eram seres sociais - os machos mais unidos - pretendeu descobrir se a sociedade era bem disposta. "Adorava poder saber como eram quando conversavam, para lá da imagem séria com que são retratados sem justificação." Zilhão espera perceber porque é que em zonas específicas da Península Ibérica, Algarve e Sul de Espanha, terão coexistido com os homens modernos durante um período adicional de 5 mil anos. "Seria um ambiente diferente, recursos diferentes?" E diplomacia? "Para isso acho que nunca teremos resposta."
Depois do genoma, novas escavações parecem ser a melhor porta para o passado. "Na Península Ibérica só conhecemos uma pontinha do icebergue", diz o investigador. Em Portugal a situação é catastrófica: "Não há financiamento. Ou descobre-se por acaso ou então quando há obras públicas." Os vestígios serão abundantes. "Se pensarmos no mundo de há 50 mil anos, viveriam na Península Ibérica metade dos habitantes da Europa. De Paris para cima era tudo gelo."

In Jornal "I"

Cada apartamento aqui custa 165 milhões de euros (Londres)

O condomínio mais caro do mundo foi inaugurado na capital inglesa. Salas de pânico e janelas à prova de bala são alguns dos luxos.

Chama-se One Hyde Park, fica em Londres, Inglaterra, e é o condomínio mais caro do mundo. O preço do metro quadrado custa milhares de euros e os apartamentos mais caros qualquer coisa como 165 milhões de euros. A maioria dos 86 andares já foi comprado por empresários árabes e russos.
Os proprietários têm direito a vários luxos. Além de T6 modernos de dois andares e com acabamentos de luxo, têm janelas à prova de bala, sala de pânico, piscinas, golfe, seguranças especial e serviço de quarto 24 horas por dia servido pelo Mandarin Oriental hotel.

O Turista

 










ESTREIAS: O TURISTA
De: Florian Henckel von Donnersmarck
Com: Angelina Jolie, Johnny Depp, Paul Bettany

"Tron" de Steven Lisberger - starring: Jeff Bridges


“Tron” foi o prelúdio à era do digital. Muito antes de se falar em avatares e afins, o filme de Steven Lisberger fantasiou uma vida obscura no interior de um computador. Os programas tomaram o controlo e preparam-se, agora, para executar um utilizador (um humano, em linguagem de computador).

Steve Jobs na apresentação do IPad em Jan. 2010

iPad e iPhone empurram Apple para lucros recorde

São resultados históricos para a empresa liderada por Steve Jobs, explicados em grande medida pelas vendas do seu tablet e do smartphone da moda



A tecnológica norte-americana liderada pelo visionário Steve Jobs - por estes dias de baixa médica - anunciou lucros de 6.004 milhões de dólares (€4.498 milhões) no último trimestre de 2010, o que representa um crescimento de 78% em relação a igual período de 2009.
As vendas dos gadget fetiche do momento - o iPad - um computador pessoal ultraportátil (608 a 730 gramas) de ecrã tátil, e o smartphone da moda - o iPhone -, explicam em grande medida as receitas de 26.741 milhões de dólares (€20.032 milhões) entre outubro e dezembro do ano passado, mais 70% do que no mesmo trimestre de 2009.
"Tivemos uma trimestres fenomenal com recordes de vendas de Mac's, iPhones e iPads", pode ler-se num comunicado da Apple, em que afirmou Steve Jobs promete ainda "coisas excitantes" para 2011.
iPod já era?
Recorde-se que o iPad chegou ao mercado norte-americano em abril do ano passado tendo vendido mais de três milhões de unidades nos primeiros 80 dias .

A nova lei da censura na Hungria

 









Primeiro-ministro húngaro criticado em Estrasburgo.

O primeiro-ministro húngaro foi duramente criticado no Parlamento Europeu por causa da polémica lei dos media, que coloca toda a imprensa sob a tutela de um organismo controlado pelo Governo.
Em Estrasburgo para apresentar as prioridades da presidência húngara da UE, Viktor Orban acabou a sessão a defender-se das acusações de ser o “Hugo Chávez da Europa”. Um “mimo” de Daniel Cohen-Bendit, o líder dos Verdes, que receberam Orban amordaçados e empunhando primeiras páginas de jornais húngaros com a palavra “Censurado”. “Você é um nacional-populista que não compreende a essência e a estrutura da democracia”, acusou o eurodeputado.

As críticas partiram também da bancada socialista: “Em democracia, os media controlam o poder, mas com esta lei é o poder que controla os media”, disse Martin Schultz. Os liberais-democratas pediram a revisão da lei, em vigor desde o início do ano.
Orban ainda pediu que não se misturasse a política interna com a europeia, mas o debate aqueceu quando disse que as críticas à legislação “são uma ofensa ao povo húngaro”. “Ninguém ofende um povo quando critica uma lei”, respondeu Schultz.
Apesar das críticas, o Partido Popular Europeu (a que pertence o partido de Orban) e os socialistas decidiram esperar pelas conclusões da Comissão Europeia antes de levar a votação uma resolução condenando Budapeste.
O presidente da Comissão, Durão Barroso, informou terça-feira os eurodeputados de que, ainda esta semana, seguirá para Budapeste uma carta detalhando as objecções de Bruxelas à lei, que prevê multas elevadas para quem publicar notícias que “não sejam politicamente equilibradas” ou ofendam a “dignidade humana”.
Orban reafirmou que o seu Governo está disposto a rever o diploma, desde que a Comissão conclua que não cumpre a legislação europeia.

Berlusconi acusa juízes de violarem Constituição


Ruby desmentiu em canal do primeiro-ministro que tivesse tido relações sexuais com ele.

Foi o dia do contra-ataque de Silvio Berlusconi: ontem divulgou uma mensagem vídeo em que acusa os procuradores de Milão de terem violado a Constituição ao investigá-lo para tentarem provar que ele terá tido relações sexuais com uma menor e beneficia de uma rede de prostituição criada para alimentar as suas festas.
Foi montada uma operação digna da luta contra a Mafia e a Camorra”, disse o primeiro-ministro italiano, que acusou os magistrados de “incríveis violações de leis”. “Recorreria aos juízes imediatamente, mas não posso apresentar-me a juízes que não têm competências funcionais nem territoriais”, alega no vídeo.

A argumentação de Berlusconi não é nova — acusa os magistrados de o perseguirem e usa os canais televisivos que controla para tentar que o escândalo se transforme em apenas mais uma tempestade inconsequente.
A própria Ruby Rubbacuori (Karima El Mahroug, de seu nome verdadeiro) foi a um programa de televisão no Canal 5, de Berlusconi, dizer que ele nunca lhe tocou, “nem com um dedo.” Apesar de nos documentos entregues ao Parlamento pelos magistrados de Milão surgir a dizer em conversas telefónicas que fez sexo com o primeiro-ministro, quando ainda tinha 17 anos. E, claro, garantiu no programa de televisão "Kalispera" que nunca tinha pedido cinco milhões a Berlusconi para se manter calada, e que nunca foi prostituta.
Quanto a Berlusconi, disse, é uma pessoa muito disponível. Está “disposto a ouvir-me, ao contrário de todos os psicólogos que encontrei e a quem paguei para me ouvirem.” Contou ainda que tinha sido violada por dois tios, aos nove anos, e que costumava contar uma história de vida “paralela”, em que se apresentava como sobrinha do Presidente egípcio Hosni Mubarak. Até chorou.
Outra frequentadora das festas de Berlusconi, Sabina Began, de 36 anos, foi a outro canal de Berlusconi, a Sky TG 24, para fazer uma revelação bombástica: “Bunga Bunga sou eu.” A expressão que designava as festas de Berlusconi quando se transformavam em orgias seria, afinal, um código entre ela e o primeiro-ministro.
Os deputados que analisam o pedido dos procuradores de Milão para fazerem uma busca ao escritório do tesoureiro de Silvio Berlusconi adiaram, entretanto, para terça-feira a sua decisão.

In "Publico"

Justiça do Haiti acusa Jean C. Duvalier, 'Baby Doc', de corrupção e associação criminosa


Jean-Claude Duvalier foi ontem acusado de corrupção, apropriação de dinheiros públicos e associação criminosa pela justiça haitiana, pouco mais de 48 horas depois de ter voltado ao país que dirigiu de forma ditatorial entre 1971 e 1986, após um exílio de 25 anos em França.

Mais conhecido por Baby Doc, o ex-ditador haitiano é também acusado por várias ONG de violação dos direitos humanos e de crimes contra a humanidade, que poderão dar origem a processos nos tribunais do Haiti ou em instâncias jurídicas internacionais.
O seu advogado, Rainold Georges, garantiu que nada ou muito pouco de concreto foi apresentado em termos de acusações. Baby Doc e, anteriormente, seu pai, Papa Doc, dirigiram o Haiti com mão de ferro desde 1957 até 1986. Ao longo destas quase três décadas, multiplicaram-se as acusações de corrupção, violência e tortura sobre os dois Duvalier.
Apesar da ameaça destes processos, Baby Doc voltou ao Haiti para aqui permanecer e "fazer política", disse o seu advogado. Os factos de que o seu cliente poderia ser acusado terão prescrito, segundo o jurista.
Que Baby Doc quer fazer política ficou provado pelo seu porta-voz. "Jean-Claude Duvalier espera vir a ser presidente do Haiti", disse Henri-Robert Sterlin, antigo embaixador do Haiti em Washington, quando "houver novas eleições".

In "DN"

China e America cooperam


Obama fez curta referência a direitos humanos ao receber Hu Jintao na Casa Branca.

Na recepção oficial ao seu homólogo chinês, Hu Jintao, ontem na Casa Branca, Barack Obama fez uma curta alusão aos direitos humanos e às vantagens da defesa destes valores. O Presidente americano referiu-se também à anterior visita de Deng Xiaoping, em 1979, que lançou as fundações da "normalização histórica" das relações entre os dois países. Depois, dirigindo-se a Hu, Obama concluiu que "podemos lançar as bases dos próximos 30 anos".

No início da viagem oficial do Presidente chinês aos EUA não se evitaram questões embaraçosas e foi sublinhada a importância histórica do momento. Os chineses vão assinar contratos no valor de 45 mil milhões de dólares, metade do dinheiro destinado a comprar aviões da Boeing. As duas economias estão profundamente ligadas, mas a rivalidade política sino-americana cresce e a maioria dos observadores considera inevitável um conflito, algures no futuro, em torno de um dos temas mais sensíveis.
O contexto da visita de Hu é difícil e a diplomacia esforça-se por não cometer erros, por exemplo no banquete a decorrer à hora de fecho desta edição. Na conferência de imprensa da tarde, confusa devido à difícil tradução, os repórteres americanos questionaram Hu sobre direitos humanos, este disse que não tinha ouvido a pergunta, depois respondeu: "A China fez grandes progressos"; o país está em "desenvolvimento e a fazer reformas difíceis", disse. O líder chinês prometeu "promover a democracia" e reconheceu divergências com os americanos.

In "DN"

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Rudolfph Giuliani em Portugal

Antigo CEO da Godfather's Pizza, concorre a presidente para 2012


Herman Cain, antigo CEO da Godfather's Pizza, é o primeiro republicano a anunciar a intenção de concorrer à nomeação presidencial de 2012. Apesar de ser desconhecido do grande público, Cain fez furor no ano passado no movimento tea party. As suas hipóteses são diminutas, mas não deixará de animar a corrida e granjear apoio dentro dos sectores mais conservadores do GOP.

Obama a subir?

Prestes a comemorar dois anos de mandato, o Presidente parece estar a conhecer uma ligeira subida na "aprovação popular", segundo as sondagens. Embora as alterações sejam pouco expressivas, o facto de várias empresas registarem em simultâneo uma subida daquela "aprovação" merece relevo. Esta melhoria é particularmente visível nos estudos da Gallup, cujo último registo apresenta uma taxa de aprovação de 49% (42% de desaprovação), o melhor valor para Obama desde Maio de 2010.
A que se deve esta "recuperação"? É impossível tirar conclusões seguras (até porque não sabemos se estamos perante uma nova tendência ou uma mera circunstância). De qualquer forma, atrevo-me a dizer que, se estes valores positivos se mantiverem, eles resultam de um conjunto alargado de factores, dos quais se destacam:

- os feitos alcançados pelo Congresso nos dois últimos meses, nomeadamente a aprovação do Tratado START com a Rússia e a revogação da premissa "don't ask, don't tell" (sobre a presença dos homossexuais no exército);
- os sinais de ligeira recuperação económica nos EUA e o aumento dos índices de confiança do consumidor;
- uma curiosa tendência própria da cultura política e social norte-americana: quando um evento particularmente traumático atinge o país, a nação une-se em torno dos seus líderes (é certo que as referidas sondagens ainda não contabilizam os potenciais efeitos do discurso de Obama em Tucson, mas os eventos aí ocorridos serão por si só suficientes para produzirem aquela interessante consequência)

blog :"Era Uma Vez a América", por José Gomes André

James Bond : a série vai continuar


Depois das dúvidas quanto ao futuro do "Agente 007" no cinema, dados os problemas financeiros da MGM, está confirmada a estreia de um novo filme da série James Bond, com Sam Mendes como realizador
À frente do elenco continuará o ator Daniel Craig (fez "Casino Royale", em 2006, e "Quantum of Solace", em 2008),

O novo filme, ainda sem nome, será o 23º da série, a terceira mais bem sucedida da história do cinema. Segundo o site Box Office Mojo, só "Star Wars" e "Harry Potter" a ultrapassam em lucros de bilheteira.

Morreu a actriz britãnica Suzannah York


A atriz britânica Susannah York, que se destacou nos anos 70, morreu hoje aos 72 anos na sequência de um cancro, informou o seu filho, Orlando Wells.

Susannah York, que trabalhou no cinema, na televisão e no teatro, foi candidata a um Óscar como atriz secundária pela sua interpretação no filme "Os cavalos também se abatem" (1969), na qual contracenou com Jane Fonda e sob direção de Sydney Pollack.
O seu cabelo ruivo e olhos azuis foram características que a destacaram como uma das principais atrizes britânicas nos anos 60, juntamente com a sua compatriota Julie Christie.

Nascida a 9 de janeiro de 1939 no bairro londrino de Chelsea, Susannah York cresceu na Escócia, estudou em 1959 na Real Academia de Artes Dramáticas e ganhou o prémio "Ronson" como a estudante com melhores perspetivas de sucesso. Reconhecida com vários prémios, participou em filmes como "Tom Jones" e "A Man For All Seasons" e trabalhou com Elizabeth Taylor, Marlon Brando, Montgomery Clift e Peter O'Toole.

York interpretou a mãe do "Superhomem" em três filmes da série, mas também se dedicou a outras actividades como escrever livros infantis.