Trópico de Capricórnio

É a linha geográfica imaginária situada abaixo do Equador. Fica localizada a 23º 26' 27'' de Latitude Sul. Atravessa três continentes, onze países e três grandes oceanos.


domingo, 25 de dezembro de 2011

Diário de Bordo (4)


(continuação)

exigir tudo de uma vez. Roma e Pavia não se fizeram num dia. Quanto à filha do Presidente, a Sra. D. Isabel dos Santos, a mega empresária de que todos falam. Ser rico não pode ser considerado um anátema, se ela é uma grande investidora, se é dinâmica e tem ideias para melhorar o seu país e dar emprego a milhares de cidadãos angolanos, então porque a criticam? Porque é que em Portugal pode haver um Belmiro de Azevedo e um Américo Amorim e em Angola não pode? Isso é que eu acho estranho. Pela sua ligação ao pai? Claro que não quero mostrar ingenuidade, mas se esta for a única via para que o empresariado angolano apareça, floresça e se desenvolva, pois então que o seja. Porque é que ela investe tanto em Portugal? Ora bem, isto é bom para ambas as partes. Então Portugal pode investir com toda a força em Angola e Angola não pode investir cá? Tudo preconceitos  antigos…                                                                                                           
Gosto de ver a diplomacia portuguesa e o Min. Negócios. Estrangeiros dr. Paulo Portas correr para os braços do Presidente José E. dos Santos, este mesmo P.P. que no passado chamava aos políticos de Angola todos os nomes e mais alguns, desde fascistas a corruptos. Passando por “apparatchiks”, “nomenklatura” e afins. Mas, tudo bem, considero que Portugal deve explorar até ao limite a sua boa relação com Angola e Angola deve também eleger Portugal como seu parceiro privilegiado. Mas infelizmente existem ainda muitos mal entendidos, de ambas as partes, que só o tempo poderá dissipar.
 Bom e então sobre os meus textos? De momento estou neste impasse, vai que não vai, como dizem os brasileiros. As noites de trabalho dão cabo do pouco discernimento que tenho. Os momentos de boa lucidez não são assim tantos. Numa tarefa como a escrita que requer concentração e uso integral das faculdades cerebrais, fico de braços caídos quando depois de uma, duas , três noites de trabalho, preciso absolutamente de dormir e recuperar as substancias que perdi, a nível do cérebro. Depois tenho que agarrar o fio condutor, voltar ao normal, e é tudo muito difícil. Mas não faço disto o meu trabalho, apenas me divirto a criar personagens e ambientes. Devia consultar um especialista para rever estas coisas e dar uma opinião técnica, abalizada. Tenho um texto sobre violência que dentro de dias vou publicar no meu Blog, uma história do tempo dos navegadores, que é uma visão, sei que demasiado radical e parcial, da colonização. Tenho que exorcisar estes pensamentos, fazer saltar tudo cá para fora, são idéias recorrentes mas que estão a entupir-me a cabeça.                                                                                                         
À espera de ser refeito continua o meu projeto da novela. Isto é que é mais complicado. Sei que tenho por lá ideias engraçadas, que poderiam ser desenvolvidas, mas coloquei a história num mundo que eu não conheço. É a história de um grupo de pessoas que andam pela Europa a fugir. Tenho à volta de dez personagens construídas, com datas e factos, mas não quero falar muito disto. Esperemos por dias melhores, ou por milagres.
Quanto à minha vida sentimental. Não seria eu se não falasse disto. Aqui entramos no domínio do difícil, em território minado, he he he! O amor é uma caixinha de surpresas, uma bomba com deflagrador ao retardador. Claro que paixões e paixonetas nunca faltam, mas nada de concreto e definido. Com a minha experiência de vida, tornei-me cauteloso, mas como sou por natureza um romântico incorrigível e à moda antiga, daí o esperar sempre mais do que a vida me pode dar; Sou do lado da noite e a penumbra faz de mim um ser estranho. Mas tudo isto são aspetos triviais, divagações de alguém que pretende fazer uma catarse, coisas banais comuns a qualquer velho pinga-amor, como eu. E por aqui me fico,

(continua)

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