INSIDE THE FACEBOOK
Quando Mark Zuckerberg e os seus amigos da Universidade de
Harvard, nos USA, inventaram o Facebook, tinham nas mentes a ideia de usar este
programa como um meio de ligar os estudantes entre si, tornar mais fácil a
comunicação e o convívio, através de mensagens, no “campus”, nos refeitórios,
nos dormitórios ou em casa. De tal maneira foi aceite, que hoje, todos o
sabemos, é o mais visitado website mundial na Network. Presidentes da
república, empresas, jornalistas, gestores ou meros divulgadores de produtos,
ninguém dispensa uma página atualizada no Face. Devido ao seu alto grau de eficácia
e poder de interação instantânea, rapidamente podemos enviar fotos, textos e
comentários. Ditadores e governos autoritários já caíram dos pedestais e, onde
e quando menos se espera, projetam-se e armam-se revoluções através do
Facebook. É portanto um espaço livre e amplamente democrático, onde a liberdade
de expressão, que é a trave mestra e baliza fundamental numa sociedade
civilizada, circula infinitamente, transmitindo e espalhando informação, arte e
cultura, para aqueles que se tornam usuários e querem participar a nível
global.
Também poderá funcionar (porque não?) como meio de sedução,
para namoros, para pedidos de casamento, para gestos e atos apaixonados,
conversas prolongadas ou curtas, particulares ou em grupo, enfim, é todo um
mundo de fruição e prazer que poderemos extrair desta poderosa ferramenta.
Mas o que o Facebook não é, nem será nunca, é um instrumento
de terror, e de atemorização. Nem tão pouco poderemos permitir que a
bestialidade e a sordidez dos mentecaptos saia dos subterrâneos infetos para
enlamear quem trabalha e vive com dignidade, e apenas pretende desfrutar de tão
fascinante tecnologia, nas suas horas livres e nos seus momentos de lazer, com
todo o direito que lhe é devido. Incapacitar e impossibilitar alguém, através
do medo, da chantagem e da pressão - resultando daí efeitos traumatizantes - de
aceder ao Facebook, de aqui ter a sua página e poder conviver com os seus
amigos/as ou admiradores/as, é, pela natureza profundamente injusta que tal ato demonstra, o
gesto mais ignóbil e antissocial que me foi dado presenciar. É digno apenas das
ditaduras militares que no passado imperavam pela América do Sul. Mas há
indivíduos que, rejeitados, não conseguem medir a verdadeira pulsação da
Liberdade e se entretêm a manifestar os seus instintos bárbaros, expondo sem
vergonha, os mais vis impulsos básicos e primitivos. Certamente não foi para
estes seres pré-históricos, de casco bífido, a exalarem enxofre, que o Facebook
foi feito. Para se entender e viver em pleno sec. XXI, precisamos pelo menos de
não confundir os membros superiores com os inferiores e endireitar o tronco,
para podermos caminhar. Aliás, nada que se traduz por avanço civilizacional,
deveria ser posto ao alcance destes algozes, de tais usurpadores dos bens públicos.
Eles, apenas serão merecedores de convívio, mas na mais baixa e degradante condição
humana, dentro de espaços gradeados, amontoados entre dezenas de facínoras da
sua igualha.
Queluz, 9 de Dez. 2011
J.L.F.
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