Trópico de Capricórnio

É a linha geográfica imaginária situada abaixo do Equador. Fica localizada a 23º 26' 27'' de Latitude Sul. Atravessa três continentes, onze países e três grandes oceanos.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

George Soros quer Portugal e Gécia fora do euro



                                                                                  
Sair da moeda única e deixar a União Europeia (UE). Para o histórico investidor húngaro-americano George Soros, a crise da dívida em que está mergulhada a zona euro não deixa margem às economias portuguesa e grega que não seja abandonar o projecto europeu.
                                                                                       
Por seu lado, também ministro alemão das Finanças está contra as ajudas ilimitadas aos países da Zona Euro afetados pela crise e advertiu que "não haverá uma salvação a qualquer preço". Em entrevista à revista “Der Spiegel”, Wolfgang Schäuble refuta expressamente a criação de títulos de dívida comum europeia, os chamados eurobonds, e afirma que a alternativa é promover reformas “passo a passo” para que tenham a concordância dos cidadãos.

George Soros: “O problema grego foi tratado tão mal que a melhor coisa a fazer neste momento seria a saída ordeira” da zona euro e da própria UE, propõe Soros, em entrevista publicada na revista alemã Der Spiegel citada pela AFP. O que Soros propõe para Portugal é exactamente o mesmo caminho. Defendendo uma saída ordeira, diz, “a UE e o euro “sobreviveriam”.

O investidor, que já se manifestara contra a “crónica divergência” europeia, voltou a falar na necessidade de os países da zona euro acertarem um mecanismo comum de emissão de euro-obrigações (títulos de dívida europeus). “Quer queiramos ou não, o euro existe. E para que possa funcionar de forma correcta, os países da zona euro devem ser capazes de refinanciar uma grande parte das suas dívidas nas mesmas condições”, justificou, insistindo numa ideia que defendeu em Março num artigo publicado pelo Project Syndicate.

Soros, muito crítico da posição alemã – que se opõe à criação de um esquema de emissão de obrigações europeias –, fez questão de sublinhar que não tem uma intenção especulativa contra o euro. No artigo de Março, Europa re-dividida?, defendia que a emissão de títulos de dívida europeus devia ser uma das atribuições do fundo de resgate do euro, promovendo a integração europeia. O último Conselho Europeu, em Julho, alargou as regras de funcionamento do fundo no âmbito do segundo resgate à Grécia, atribuindo-lhe maiores competências, dando assim um passo nesse sentido. Mas a criação de um verdadeiro mecanismo de euro-obrigações continua a não gerar consenso no interior do Eurogrupo. Itália ainda ontem referiu que o caminho da integração europeia deve ser a institucionalização de obrigações europeias. A Alemanha afasta esse cenário.

À Der Spiegel, Soros explicou que, ao defender a hipótese de saída de Portugal e Grécia da União Europeia, não pretende lutar “contra o euro”, contrapondo mesmo que “os chineses estão muito interessados numa alternativa ao dólar e farão tudo o que for preciso para ajudar os europeus a salvá-lo [a moeda única]”.

Diferentes taxas de juro incentivam à consolidação, diz Schäuble

Berlim voltou a marcar posição contra as ajudas ilimitadas aos países periféricos tocados pela crise das dívidas soberanas e especificamente contra a emissão de obrigações europeias. “Existem certos mecanismos de apoio que desenvolveremos sob condições estritas”, disse o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.

Numa entrevista a publicar esta semana na mesma revista, Schäuble assegurou que “não haverá uma divisão de dívidas nem um apoio ilimitado”. A explicação? Enquanto for necessário, sustentou, os países devem ter “diferentes taxas de juro para que haja incentivo e mecanismos de sanção para forçar a consolidação”. E, nesse quadro, disse, a emissão de títulos de dívida comuns – as euro-obrigações, são indesejáveis, “a menos que cada país desenvolva a sua própria política de finanças”.


“Vamos melhorar significativamente o pacto de estabilidade” mas só “podemos reforçar as instituições europeias passo a passo” por causa da aceitação dos cidadãos, o que implica um processo “doloroso e por vezes lento”, argumentou o ministro alemão das Finanças, num artigo que a revista “Der Spiegel” publica na próxima semana.

O ministro alemão das Finanças insiste que "não haverá uma divisão de dívidas nem um apoio ilimitado. Existem certos mecanismos de apoio que desenvolveremos sob condições estritas". Schäuble sublinha que “exclui as euro-obrigações a menos que cada Estado-membro desenvolva a sua própria política de finanças”, porque contribuem para uma comunitarização de parte da Zona Euro.

Por outro lado, continuam a aumentar na Alemanha as críticas à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos de dívida soberana dos países afectados pela crise.

Schaüble pronuncia-se a propósito do encontro de terça-feira, em Paris, entre os líderes do eixo franco-alemão, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel. A presidência francesa revela que a agenda está relacionada com a “reforma da governação da Zona Euro”.

O encontro versará as novas regras de disciplina orçamental na Zona Euro e evitar o alastramento da crise da dívida soberana europeia. A Alemanha quer sanções mais eficazes para aqueles países que não cumprirem as regras do pacto de estabilidade, enquanto ontem o ministro italiano das Finanças alegava que as obrigações comuns – eurobonds – teriam evitado a atual crise. Esta opinião também colhe apoio nos partidos na oposição a Merkel.

Os alemães também não estão confiantes no aumento da capacidade do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), com capacidade de empréstimo de 440 mil milhões de euros. Este fundo poderá ser utilizado para resgatar a dívida dos Estados da Zona Euro em dificuldades-

A França, em risco de ver a sua notação desvalorizada, quer ver a implementação rápida dos instrumentos acordados na cimeira de 21 de julho, e para impedir o contágio da crise da dívida.

Recolha de artigos de imprensa efectuada por T.C.




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