Entre amigos, a conversa hoje, toca no mesmo ponto: Artur Agostinho.
O Grande Mestre, o Grande Educador, a Verdadeira Fonte desapareceu. Percorre agora outros caminhos, para lá da Via Láctea. Saíu num dia em que a Lua se mostrou diferente, nesse dia quis ser mais Lua, porque mais astro, quis marcar a data e mostrou-se de gala, toda ela cheia de filigrana.
Partiu para as nebulosas distantes, quem sabe para habitar outras mentes, a precisarem da sua sabedoria, dos seus ensinamentos.
Foi a segunda pedra caída do Sol.
Amália era o pilar fundamental, o primeiro grande ícone da cultura portuguesa dos últimos cem anos. A primeira pedra.
Artur Agostinho era o meteorito cujo rastro indelével todos seguíamos. Das profundezas e dos abismos mais íntimos da alma sentimos a profundidade e o vazio desse buraco negro.
Eusébio anda triste. O seu peito cerra-se de saudade, fecha-se contraído, tem segredos mil, sabe e como ícone não fala, porque as esfinges não falam, apenas dizem. Desfila memórias da juventude quando corria os estádios, e o país e o Benfica se ajoelhavam ao seu grande talento. A memória impõe-lhe imagens passadas do seu amigo e admirador Artur Agostinho quando de microfone na mão explodia de orgulho pela pátria grandiosa que tão raro diamante soube gerar.
Agora esses dois amigos partiram, resta ele…
A terceira pedra caída do sol.
José Luis Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário