Em todos os jornais do mundo estoira a notícia:o Juíz Baltazar Garzón vai ser julgado no seu país pelo Supremo Tribunal de Justiça.Procuramos saber porquê:
Transcrevemos passagens de um artigo do "Courrier", para compreendermos.
"Uma boa oportunidade para recordar que ao mais alto nível a Justiça ainda tresanda a franquismo.Após a morte de Franco(em 1975),a estrutura judicial foi apenas recomposta e maquilhada.Os temores do pós -franquismo,aliados à extrema prudência de Torquato Fernandez Miranda(ideólogo da transição e membro do ultimo governo de Franco),de Adolfo Suarez(chefe do governo de 1976 a 1981),de Filipe Gonzalez(primeiro ministro por quatro vezes,entre 1982 e 1996) e do rei Juan Carlos,fizeram com que o essencial do aparelho de Justiça atravessasse incólume a transição para a democracia."
"Boa parte das instãncias internacionais não acredita no que vê e não consegue compreender como esta Espanha moderna,racional e progressista pode protejer no seu seio um poder judicial tão arcaico"
Mas há mais:
"Para boa parte dos cidadãos,Garzón é o juiz corajoso que tem perseguido a ETA,o narcótrafico e o terrorismo de Estado dos GAL,(Grupos Anti-Terroriastas de Libertação,comandos paramilitares e parapolícias formados contra a ETA nos anos 1980).Que investigou os depósitos dos grandes bancos em paraísos fiscais.Que quis julgar Pinochet(contra que emitiu um mandato de detenção em 1998)."
"Para muitos cidadãos a acusação contra Garzón coincide de forma suspeita com as suas investigações sobre o caso Gurtel,rede de corrupção associada ao Partido Popular(de direita) ou sobre as actividades financeiras de certas personalidades próximas do mesmo partido.Parece claro que,se os que atacam Garzón conseguirem desacreditá-lo e impedi-lo de exercer as suas funções as provas que conseguiu reunir sobre os referidos casos perderão peso."
in "Courrier Internacional"
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